GOIÁS TRIUNFA NO PACAEMBU, SONHA COM G-4, E CORINTHIANS SAI VAIADO

O Corinthians é um time organizado, sólido, com bons e milionários jogadores, apoio da torcida, estrutura et cetera. Mas falta alguma coisa em 2013. Falta fome. Faltou fome, de novo, no Pacaembu. E não pode faltar fome contra o Goiás de Walter. O atacante não custou R$ 40 milhões como Pato nem fez gol de título mundial como Guerrero, mas incomodou demais e participou das melhores jogadas de sua equipe, como no gol de Hugo. No fim, comemoração alviverde: 2 a 1. Ambos ainda mantêm esperanças de chegar ao G-4, mas é a equipe goiana que vem em melhor fase. Termina a rodada com 29 pontos, um a menos que o Timão – quarto colocado, o Atético-PR tem 35.
É verdade que o Timão criou muito mais. Perdeu gols num repertório invejável, mas não se pode dizer que a vitória do Goiás foi injusta. O time atuou com mais concentração e inteligência, de acordo com suas limitações. Zagueiros bem posicionados, marcadores dedicados e um ataque todo baseado na proteção de bola e nos bons passes de Walter.
Comemoração do Goias contra o Corinthians (Foto: Marcos Ribolli)Goiás, de Hugo, cala a torcida do Corinthians no Pacaembu (Foto: Marcos Ribolli)
E o Corinthians? Com Alexandre Pato, de R$ 40 milhões, Paolo Guerrero, autor de gol de título mundial, Romarinho e Sheik, que marcaram em finais de Libertadores... Só conseguiu um gol chorado, dado para Pato, mas com um toque valioso de Ramon. Que o ataque não funciona, já era sabido. É um dos piores do Campeonato Brasileiro. Mas dessa vez até a defesa, melhor da competição, falhou feio. Todos ficaram olhando Amaral subir após cobrança de escanteio, no fim do jogo, e definir a vitória.

Walter Corinthians e Goias  (Foto: Marcos Ribolli)Foi a primeira vez que o Timão sofreu dois gols na mesma partida neste Brasileiro. No meio da semana, as duas equipes vão atuar fora de casa. Na quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), o Timão encara a Ponte Preta, desesperada na penúltima colocação do Campeonato Brasileiro, no estádio Moisés Lucarelli. O Goiás visita o Coritiba um pouco mais cedo, às 21h, no Couto Pereira.
Walter teve boa atuação frente à melhor defesa do Campeonato Brasileiro (Foto: Marcos Ribolli)
Para fora!
Tite falou antes de o jogo começar. Disse que sua equipe tem 61% de aproveitamento quando atua com um pivô. Desta vez, Guerrero estava no ataque, ao lado de Pato. O que deve ter aumentado ainda mais a decepção do treinador. Pode ser pelo calor (quase 30ºC neste fim de inverno em São Paulo), mas a verdade é que o Corinthians só jogou objetivamente nos primeiros cinco minutos, e em mais alguns outros perto do fim da primeira etapa.
Juntos, Guerrero e Pato finalizaram quatro vezes, quase sempre em jogada construída pelos dois. Os três chutes e a cabeçada do peruano, porém, foram para fora. O único que deu uma esquentadinha nas mãos do goleiro Renan foi Romarinho, em chute de longe. O Goiás abusou dos bicões para Walter. Tudo bem que sua barriga saliente virou atrativo no Brasileirão, mas seria difícil que, nessas condições, e isolado, o atacante conseguisse algo contra a melhor defesa da competição. A boa movimentação do meio-campo deixou a partida aberta em alguns instantes, mas os visitantes abusaram dos erros de passe.
A estratégia alvinegra sofreu um baque logo no início, quando Alessandro sentiu lesão na panturrilha direita e deu lugar a Ibson. Edenilson saiu do meio para a lateral, e a torcida perdeu a paciência. A cada erro do ex-flamenguista, muitos chiados nas arquibancadas. Além de não estar bem, Ibson sofre a absurdamente cruel comparação com seu antecessor, o craque Paulinho, que agora exibe seu talento na Inglaterra. Apesar de ter criado mais, o Corinthians saiu do primeiro tempo com uma atuação bem longe de ser considerada do nível do atual campeão do mundo.
Alexandre Pato Corinthians e Goias  (Foto: Marcos Ribolli)Alexandre Pato chegou a empatar o jogo, mas o Goiás saiu com a vitória (Foto: Marcos Ribolli)
Justo castigo
No intervalo, Tite precisou mexer na outra lateral. Fábio Santos, um dos poucos que mostravam fome, sentiu lesão no púbis e deu lugar a Igor. E o ritmo corintiano seguiu brando, morno, quase parando. Pior: deixou espaços para o Goiás. E se Walter não encontrou facilidades para fazer gols, sempre conseguiu clarear as jogadas. Inteligente, o atacante ajeitou para Renan Oliveira, que deu um tapa para Hugo. Aquele mesmo Hugo, que parece sumido em campo, mas de repente... Era assim no Grêmio e no São Paulo, foi assim no Goiás. Ele ganhou de Paulo André no corpo e bateu de pé direito, que nem é o melhor: 1 a 0 para o time mais concentrado em campo.
Atacante no lugar do zagueiro. Substituição incomum, mas o Corinthians precisava sair do marasmo. Paulo André saiu, Sheik entrou. E o time passou a criar, ainda que sem brilho. Em bom cruzamento, Gil bateu na saída do goleiro, mas o zagueiro Rodrigo, em boa atuação, salvou quase em cima da linha. Em seguida, Romarinho parou no goleiro Renan, e Sheik, numa incrível furada. Os dois que fizeram os gols do Corinthians nas finais da Libertadores em 2012. Alguém explica? Como também ficou difícil de explicar o gol de empate. Gil, em posição irregular, cabeceou em direção à pequena área. Pato desviou, a bola girou, girou, tocou em Ramon e entrou.
Esperança de virada! A torcida se inflamou. A zaga só não podia falhar. E falhou... Com um zagueiro a menos, todos se confundiram na cobrança de escanteio do Goiás. Ralf marcou a trave, e Igor marcou Gil, que não marcou ninguém. E de tantos goianos livres, foi Amaral quem cabeceou e definiu o jogo. Um duro golpe ao Timão, que já fala abertamente em "vaga na Libertadores" e ouviu vaias de seus torcedores. Pouco para quem é dono do mundo até dezembro. Um grande resultado para o Goiás, que pode lutar pelo mesmo objetivo, por que não?
Paolo Guerrero Corinthians e Goias  (Foto: Marcos Ribolli)Paolo Guerrero, no chão, lamenta derrota do Corinthians 

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