Goleiro espanhol faz duas grandes defesas no primeiro tempo e impede que Azzurra abra vantagem. Roja avança nos pênaltis e está na decisão

Uma ironia, daquelas que só o futebol pode apresentar, ajudou a classificar a Espanha para a decisão da Copa das Confederações, contra o Brasil. Não pense nos toques envolventes ou na genialidade de Xavi e Iniesta. No time que encantou o mundo com a bola nos pés, quem teve papel decisivo na dramática partida decidida nos pênaltis foi o único jogador que atua com as mãos: Casillas. E ele não precisou pegar cobrança alguma na série. Não à toa, o arqueiro do Real Madrid foi escolhido o melhor em campo pela Fifa. Não fosse pelo goleiro de 32 anos, toda a inovação tática apresentada pela Roja nas últimas competições estaria sendo colocada em dúvida neste momento. A Itália, como sempre acontece em momentos importantes, esteve fria, calculista e precisa para se posicionar defensivamente e travar qualquer tentativa dos espanhóis. Casillas também contou com a sorte dos campeões para vencer. Sorte que as maiores chances da Azzurra não caíram nos pés dos jogadores mais talentosos – Balotelli, o principal deles, nem em campo estava. Maggio acabou sendo o “escolhido” em lances quase iguais. A Itália posicionou jogadores abertos pelos lados para aproveitar as costas dos laterais. Maggio levou Jordi Alba à loucura, passando facilmente todas as vezes. Aos 16 minutos, por trás da zaga, apareceu na área como surpresa e cabeceou. Casillas, que saía desesperado, evitou. A Azzurra continuou melhor e mais perigosa, esperando o momento certo para dar o bote. E ele surgiu aos 35. Giaccherini levantou da esquerda, a bola passou por cima de Alba, e Maggio, de novo ele, cabeceou errado, no meio do gol. Casillas, parado como uma estátua, só colocou o peito e salvou. O desgaste físico pelo forte calor na capital cearense fez os italianos diminuírem o ritmo dos contra-ataques. O goleiro espanhol quase não foi acionado no segundo tempo. A Roja melhorou, chegou a criar algumas chances nos minutos finais, mas nada que atormentasse Buffon. Com mais fôlego, a Fúria cresceu no tempo extra e poderia ter marcado. Buffon também contou com a sorte ao espalmar errado e ver a bola explodir em sua trave esquerda. O drama continuou nos pênaltis. Um martírio para torcedores e jogadores. Até que Bonucci, zagueirão, isolou a bola por cima do gol de Casillas. Navas confirmou a sétima cobrança espanhola e garantiu a vaga. - A Itália foi um adversário muito difícil. Disputa em pênaltis é sempre uma loteria, e tivemos a sorte de ganhar. Esta é uma geração que não será esquecida. Bom demais para os espanhóis viverem mais uma vitória e estarem em mais uma final. Agora, precisamos descansar para poder enfrentar o Brasil. Vamos tentar vencer - disse o goleiro espanhol. Um dos pilares da fase vencedora da seleção espanhola, Casillas aumenta ainda mais sua lista de triunfos sobre a Itália. Em 2008, defendeu os pênaltis de De Rossi e Di Natale, em confronto pelas quartas da Eurocopa, abrindo caminho para a Espanha, enfim, virar uma potência do futebol mundial. Hoje, ele não pegou nenhum, mas só o primeiro tempo já valeu como uma vitória.

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