Espanha vê Brasil ‘mais do que Neymar’ e crê em final sem favorito

O discurso dificilmente seria outro. Para a Espanha, jogar o favoritismo para o Brasil, sem culpa, poderia soar um falso jogo de palavras. Assumir toda a pompa de campeã mundial e carregar a responsabilidade diante de um Maracanã lotado, por outro lado, seria uma atitude vista com arrogância, uma imagem que os espanhóis não querem se atrelar. Visitante, mas ainda a “seleção do momento”, a Roja optou pela coluna do meio. Para o técnico Vicente del Bosque, o goleiro e capitão Iker Casillas e o meio-campista Xavi Hernández, Brasil e Espanha chegam em condições iguais para a decisão da Copa das Confederações, neste domingo, às 19h (de Brasília). O adversário, por sinal, rendeu muitos elogios na última entrevista coletiva antes de a bola rolar. Na visão do trio, a seleção de Neymar é também a de um jogo coletivo, capaz de bater de frente com aquele time que ganhou tudo o que disputou nos últimos anos. - Penso como os técnicos, acho que são 50% de chances para os dois. O Brasil vem em bom momento. Tem um fator, que é jogar em seu campo, onde normalmente jogam suas partidas. Scolari é um treinador que trabalha muito bem o sistema tático. Eu destacaria a coletividade, não apenas as individualidades. Está claro que vai nos dar trabalho – disse Xavi. Surgiu, então, uma pergunta que obrigaria a Del Bosque falar sobre uma estatística negativa do Brasil. A equipe de Felipão é quem mais fez faltas em todo o torneio, com 81 infrações - contra 42 dos espanhóis. Ele se saiu bem. É um dado, nada mais. Fico com a parte positiva do Brasil, um time compacto, muito sério na defesa, controla a bola muito bem e chega ao ataque muito rápido com os jogadores que possui. E que também fez uma Copa das Confederações muito boa. Está aqui na decisão por mérito próprio – contou Del Bosque. Palavras semelhantes usou Casillas. O goleiro elogiou Neymar, mas deixou claro que o adversário como um todo é o que faz parte de sua preocupação. - Neymar é um grandíssimo jogador, mas no Brasil há outro importantes que já estão na Europa e demonstraram suas qualidades. Estamos vendo o Brasil jogar. É ofensivamente um time muito forte. Ganharam bem da Itália, enquanto para nós nos custou bastante. E irão querer fazer o melhor possível porque têm a equipe adequada para competir diante do seu torcedor