Neymar reabre história encerrada por Ronaldinho no Vicente Calderón

Um cruzamento de Xavi e uma bicicleta perfeita de Ronaldinho Gaúcho. Do banco, Messi aplaudia de pé, ao lado de Deco, enquanto o atual camisa 10 do Atlético-MG comemorava no gramado. Mal sabiam que aquele seria o último gol do craque brasileiro pelo Barcelona. O dia: 1º de março de 2008. O palco: Vicente Calderón. O rival: Atlético de Madri. Na última quarta-feira, no mesmo estádio, contra o mesmo time e sob o olhar atento da mesma testemunha no banco - Messi saiu machucado no intervalo - Neymar marcou seu primeiro gol oficial pelo Barça, que garantiu o empate de 1 a 1. Um gol que pode ser decisivo para os catalães no jogo da volta da Supercopa da Espanha, semana que vem no Camp Nou. Um gol que abre oficialmente a nova era de uma estrela brasileira no Barcelona, depois da triste saída de Ronaldinho Gaúcho. - Espero que seja o primeiro de muitos - afirmou o camisa 11. Do banco, Neymar assistiu, atento e tranquilo, ao primeiro tempo desastroso de seu time. Ao contrário do que aconteceu no jogo do Campeonato Espanhol contra o Levante (7 a 0), Neymar não parecia desiludido com sua condição de suplente, mas sim motivado para brigar pela vaga. O brasileiro acompanhou inclusive o aquecimento dos titulares e disputou alegremente uma roda de bobo com os outros reservas. Durante os 15 minutos da brincadeira, Neymar brincou, riu, fez malabarismos e se empenhou em roubar a bola dos companheiros sempre que estava no meio. O jogo começou, e nos primeiros minutos, o Barcelona sofreu com a rapidez e a pressão asfixiante do meio-campo do Atlético de Madri. O técnico Tata Martino assistia de pé aos contra-ataques rápidos do adversário, que se colocou em vantagem numa bonita jogada concretizada por David Villa aos 11 minutos. O ex-culé, que mal cumprimentou Messi antes do jogo, era o protagonista da partida até a entrada de Neymar. Villa conseguiu a tão desejada vingança do argentino e dos dirigentes que o deixaram sair para contratar o brasileiro. Mais tarde Neymar viria a justificar essa troca. No primeiro tempo, o Barcelona continuava sem encontrar soluções. O time voltou a ressentir a "ausência" de Lionel Messi, que estava em campo, mas pouco participativo por uma lesão muscular na coxa esquerda. E quando Messi está ausente, o Barça se arrisca a perder e a passar vergonha. Porém, Neymar voltou a mostrar que pode dividir protagonismo e responsabilidade com o argentino. A situação se vislumbrava cada vez mais complicada para os culés. Tata Martino encolhia os ombros, mas não olhava na direção de Neymar. Messi foi substituído por Fàbregas no intervalo, mas o ex-meia do Arsenal pouco mudou o rumo do jogo. O treinador argentino entendeu que não podia esperar mais e mandou Neymar aquecer. O preparador físico do time acompanhou o craque junto da linha lateral e explicou ao brasileiro que era necessário acelerar seu aquecimento. Até que aos 13 minutos, Neymar foi chamado para entrar. O ex-santista tinha mais de 30 minutos pela frente para tentar deixar sua marca num jogo que poderia ter sido catastrófico para os catalães. Saiu Pedro, Neymar se benzeu, como de habitual, ao som de uma vaia gigante em uníssono que o Vicente Calderón lhe dedicou. Os fervorosos torcedores do segundo clube da capital já tinham vaiado Messi e repetiram a prática com o brasileiro, que já se assumiu como segundo ídolo do time. Um gesto que não amedrontou Neymar. O brasileiro entrou em campo decidido a dar um passe decisivo na briga pela titularidade e não falhou nas poucas chances que teve. O camisa 11 esteve ativo nos primeiros minutos, pedindo bola e se movimentando rapidamente pela lateral esquerda do campo, onde manteve um duelo aceso com o lateral-direito do Atlético, Juanfran. No entanto, Neymar pouco tocou na bola, porque o Atlético continuava atacando, apesar de o Barcelona mostrar mais capacidade para chegar ao gol adversário do que no primeiro tempo. Aos 16, Neymar voou de cabeça conseguiu para evitar que a bola saísse pela lateral num lance que parecia impossível de chegar. Mostrou boa capacidade de elevação que viria a colocar em prática minutos mais tarde. Nos lances de ataque do Atlético de Madri, o brasileiro permanecia perto do gol contrário, como jogador mais avançado do Barcelona. Os companheiros o procuravam sempre que era preciso colocar rapidamente a bola na área. E foi de um lance caricato do jogo que surgiu o gol. Aos 20, o craque caiu sozinho de forma espetaclar, durante um lance dividido com Juanfran na lateral. O jogador do Atlético deu risada no momento da queda de Neymar que ficou protestando, mas o Barça recuperou a bola e muito rapidamente, o camisa 11 se levantou, ultrapassou Juanfran na sua corrida e apareceu como um raio em cima do gol de Thibaut Cortois. Do outro lado, estava Daniel Alves que observou a inteligente movimentação de Neymar e cruzou para o lado do amigo. Num lance 100% brasileiro, o ex-craque do Santos cabeceou para o fundo do gol, balançou a rede e correu para festejar de braços abertos na direção do lateral. Após alguns momentos de euforia, Neymar vibrou primeiro com seus companheiros, os reservas que faziam aquecimento e depois o treinador.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Bumbum de Miss Bumbum Estados Unidos rouba a cena em aeroporto

Pettis se recusa a vagar o cinturão, e Dana White alfineta técnico de Aldo