Sem deprê, Corinthians bate Grêmio e já encabeça o Brasileirão


Dores de Libertadores são curadas com esperanças de novos títulos. O Corinthians não precisou de instruções médicas ou bulas de remédio para eliminar a depressão da queda nas oitavas de final do torneio sul-americano. Ao vencer o Grêmio por 2 a 1 na tarde deste domingo, no Olímpico, e já despontar como um dos líderes do Campeonato Brasileiro, o Timão dá sinais de que está preparado para levantar a cabeça e tocar a vida. Já os gaúchos não precisam chorar pelo leite derramado. O Tricolor está com cabeça, alma e coração nas semifinais da Copa do Brasil.
O Corinthians foi a campo sem Ronaldo. O Grêmio não teve figuras como o lateral-direito Edílson, o zagueiro Rodrigo, o volante Adílson e os atacantes Borges e Jonas – o último entrou no segundo tempo. Silas dá atenção total ao jogo de quarta-feira, contra o Santos, valendo vaga na final da Copa do Brasil. Os visitantes souberam tirar vantagem da fragilidade azul e venceram com gols de Ralf, no primeiro tempo, e Souza, na etapa final. Maylson fez para o Tricolor.
O resultado leva o Corinthians a seis pontos, encabeçando a tabela de classificação do Brasileiro. O Grêmio tem apenas um, o do empate por 0 a 0 com o Atlético-GO. Os paulistas voltam a campo no domingo, em casa, contra o Fluminense. O Tricolor, depois de jogar a vida na Vila Belmiro, visitará o Palmeiras no sábado.

Uma escada para Ralf
O futebol sabe ser contraditório. O Corinthians, ao ser eliminado da Libertadores, ganhou um bônus como compensação: o privilégio de encarar o Brasileiro de peito aberto, sem temores, sem dúvidas. Já o Grêmio, ao manter vivo o sonho de ganhar a Copa do Brasil, tem um preço a pagar, tem um débito a ser descontado na folha de pagamento da tabela do Nacional. O Timão foi a campo com titulares no Olímpico. O Tricolor se viu obrigado a escalar time misto.
E aí esteve o núcleo do primeiro tempo neste domingo. A equipe de Mano Menezes teve dinâmica de jogo, mostrou noção de espaço, soube avançar e retroceder com coletividade. O time de Silas foi o contrário. O Grêmio, sem o mesmo entrosamento do oponente, se apresentou como um bloco disforme, cada qual dançando um ritmo diferente. Jonas e Borges fizeram falta na frente. Sempre fazem. Douglas, o cérebro do time, teve minutos de amnésia futebolística. Mais errou do que acertou. Hugo teve um ou outro lampejo. E nada mais.
É por essas e outras que o Corinthians justificou a vitória de 1 a 0 na etapa inicial. O gol saiu cedo, logo com cinco minutos. Dentinho bateu escanteio da direita. A cobrança mais pareceu um daqueles projéteis teleguiados, com mira definida, sem chance de erro. O alvo, no caso, foi a cabeça de Ralf, que subiu bonito, como se estivesse amparado por uma escada invisível, para meter a cabeça na bola, encontrar espaço no ângulo direito de Victor e colocar o Timão na frente.
A Fiel, aglomerada atrás do gol, vibrou. O Olímpico não se calou. Afinal, era cedo, havia tempo de sobra para o Grêmio mostrar força e reagir ainda na etapa inicial. Mas não aconteceu. O Corinthians continuou superior e teve outras chances. Roberto Carlos arriscou duas vezes: em uma delas, Victor defendeu; na outra, sabe-se lá onde a bola foi parar. Talvez ainda esteja vagando pela atmosfera depois de assustar os gremistas. Foi uma pancada.
O Grêmio também teve chances. A melhor delas foi com Leandro. O atacante cabeceou a bola na pequena área, quase dentro do gol. Felipe salvou. O Corinthians reagiu com Dentinho, que recebeu de Souza após roubada de bola do ataque corintiano. O chute não teve direção precisa, para rara sorte do Grêmio, que teve a infelicidade de perder Mário Fernandes nos últimos minutos do tempo inicial, com nova lesão no ombroSabe aqueles dias em que o sujeito gostaria de cavar um buraco no chão e pular dentro? Bruno Collaço sabe. Eram 19 minutos do segundo tempo, o Grêmio ensaiava uma reação, havia esperança de empate, quando Dentinho cruzou da esquerda. A bola cruzou a área, rente à linha do gol, e foi parar nas pernas do jovem lateral-esquerdo tricolor. E aí ele se embananou com ela. Pior: desequilibrado, foi parar no chão. Souza, a poucos centímetros do gol, deu um toquezinho leve, por baixo, para fazer 2 a 0.
Foi um balde de água gelada no Grêmio. Jonas havia entrado no intervalo para dar novo gás ao time de Silas. Chances foram criadas. Leandro bateu de primeira, para fora; Jonas arriscou de longe, nas mãos do goleiro; Hugo cabeceou com perigo, perto da trave. O gol de Souza abafou tudo.
O Grêmio ainda reagiria. Maylson, aos 29 minutos, recebeu em profundidade e bateu cruzado, bonito, sem chances para Felipe. A bola entrou no cantinho e reacendeu o Olímpico. Mas foi insuficiente para o empate. O Corinthians, maduro, segurou o resultado, manteve a permanência entre os líderes e comemorou ter encontrado o melhor antidepressivo possível para decepções na Libertadores.

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