Rio 2016: revista revela despoluição 'maquiada' da Baía de Guanabara
Uma das grandes promessas vendidas como legado dos Jogos Olímpicos do Rio 2016, a despoluição da Baía de Guanabara não passará de uma "maquiagem", segundo adianta a edição desta semana da revista Veja Rio. Em participação no "Redação SporTV", o editor Maurício Lima revelou que o governo simplesmente desistiu do plano inicial e implementará medidas temporárias no lugar de uma total renovação das águas da região, o que significaria recuperar o leito marítimo e dar fim ao lançamento de esgoto.
- Serão medidas paliativas. A sujeira tem duas camadas, na superfície e no fundo. O lixo da superfície será retirado com navios lixeiros, porque desistiram de tratar o esgoto, sabem que não vai dar mais tempo, demora cinco anos. Perdemos nossa grande chance - define o jornalista.
Estima-se que a Baía de Guanabara receba cerca de uma tonelada de resíduos flutuantes todos os dias, segundo o Instituto Estadual do Ambiente (Inea). O local receberá provas de vela nos Jogos.
A repórter Bruna Talarico encarou o desafio e mergulhou na baía. Nas águas dos bairros da Urca e Botafogo, viu de perto o cenário assustador de descaso. Todos os tipos de lixo habitam o solo, como pneus, sapatos, cadeiras e mesas de plástico, além de objetos inusitados, como um boneco do Patolino e um triciclo de criança.
Segundo Lima, a despoluição da Baía de Guanabara permitiria aproveitar melhor cenários emblemáticos do Rio, como as praias de Flamengo e Botafogo, hoje consideradas impróprias para o banho.
- Claro que para a competição é importante ter uma baía limpa, mas seria bom para o cidadão. A competição dura um mês. Seria o grande legado para a cidade. Seria possível mudar a lógica econômica de alguns bairros. Locais lindos, mas sujos - disse.
Apesar do exemplo de outras cidades que sediaram os Jogos Olímpicos, como Barcelona, na Espanha, e Sydney, na Austrália, onde uma revitalização das águas costeiras foi realizada, os governantes brasileiros tratam o tema com descaso, na opinião de Lima. Ele defende que há pouco interesse político em legados "invisíveis".
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