Ídolo de Olimpia e Atlético-MG, Cáceres fica em cima do muro

O coração é preto e branco. Porém, dividido. Lembrado com carinho pelas torcidas de Olimpia e Atlético-MG, Cáceres prefere não ferir os sentimentos de quem o considera um ídolo. Por isso, adotou o "que vença o melhor" na decisão da Taça Libertadores, que começa nesta quarta-feira, no Defensores del Chaco, em Assunção. Atualmente no Guarani-PAR, atual vice-campeão nacional, o zagueiro confirma o forte vínculo com os dois finalistas. Está acompanhando tudo e, como torcedor, de um jeito ou de outro vai colocar a faixa de campeão no peito. Característica latente da cultura mineira, que ele herdou da época em que morou em Belo Horizonte, onde defendeu o Galo em duas oportunidades (2005 e 2010), o "dedo de prosa" aconteceu na casa de Cáceres. E foi a convite do próprio, insatisfeito com a proibição de registrar imagens num shopping na região nobre de Assunção. No caminho, foi possível perceber o carinho e a idolatria dos paraguaios pelo defensor, que em 2002 foi campeão da Libertadores vestindo exatamente a camisa do Olimpia. Ao reconhecerem o carro do jogador no trânsito, vários motoristas e torcedores buzinaram e gritaram seu nome. Claro, alguns "esqueciam" que Cáceres criou raízes também do outro lado da decisão. - Vai ser 3 a 0, Julio! E você voltará para jogar o Mundial - brincou um torcedor. Cáceres respondeu com educação. - Será? Estou com um amigo brasileiro aqui. Não sei se ele acha a mesma coisa - disse ele, sem sem comprometer e exibindo um largo sorriso. No som do carro, músicas brasileiras tocavam sem parar durante o trajeto. Eram sucessos do grupo Exaltasamba e de Zeca Pagodinho. - Ganhei esse CD do Wanderson (segurança do Atlético-MG), em 2010. Adoro a música brasileira, que é uma coisa linda. Sempre ouço no carro, quando vou para os treinos, quando tenho saudades do Brasil. Aos 33 anos e pai de dois filhos, o jogador está com um terceiro a caminho. E foi por conta da gravidez da esposa que Cáceres recusou uma proposta para voltar ao futebol argentino, onde defendeu River Plate e Boca Juniors. O pedido foi do amigo Martín Palermo, ex-companheiro do Boca e atualmente treinador do Godoy Cruz. - Meu contrato com o Olimpia já havia acabado, mas escolhi ficar em Assunção. Nossos filhos nasceram aqui. O terceiro também nascerá. Ficar perto da família é o mais importante nesse momento. Varal histórico Em casa, Cáceres exibiu com orgulho duas camisas: a do Olimpia usada na decisão da Libertadores de 2002, e a do Galo com a qual conquistou o título mineiro de 2010. Duas razões para usar a palavra "família" mais algumas vezes. - O Olimpia abriu as portas do futebol mundial para mim. É minha primeira família no futebol, foi onde conquistei coisas importantes. É meu clube de infância, tenho muito carinho. Já o Galo me deu a oportunidade de atuar no futebol brasileiro. É minha segunda família, com certeza a minha segunda casa. Infelizmente, não consegui conquistar algo importante para dar alegria àquela torcida maravilhosa. Mas posso imaginar como estão os atleticanos em Minas Gerais, com esta final da Libertadores.

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